A mensagem que os fransciscanos teriam para dar aos políticos que trabalham para instaurar uma nova ordem mundial, aos economistas que querem imaginar uma nova economia, aos ambientalistas que apostam em melhorar a qualidade de vida do homem, aos preservacionistas que brigam para conservar as espécies em extensão, especialmente a do ser humano, aos pastoralistas que querem construir uma Igreja mais evangélica, a todos eles o anúncio basilar, primeiro e fundante é este: começar por revisar a fundo a teoria e o exercício da propriedade e do poder.
Não se trata de ressuscitar propostas mais ou menos fracassadas ao longo da história, inclusive recente, tais como a de abandonar a propriedade privada para apoderar-se coletivamente dos bens da terra. Trata-se de colocar em questão a vontade dominativa do homem, seja como pessoa, seja como coletividade. Não estou fazendo um discurso parenético, mas aplicando uma chave de leitura fransciscana a problemas muito atuais. Não estou elaborando propostas técnicas, mas enunciando pressupostos, chamemo-los éticos, a toda proposta que realmente queira melhorar o mundo.
O homem não tem direito de possuir, vender, comprar, usar como se as coisas fossem realmente suas. O caminho de salvação para o mundo do homem começa quando este deixa de ver o mundo como propriedade privada, como feudo de caça do qual é dono, senhor, proprietário, e com o qual faz o que bem entende. Se se quer preservar a vida no planeta, reforme-se o sistema de propriedade.
Ano: 1997
Edição: 1ª
Editoras: EST Edições
Idioma: Português
Páginas: 208
Papel: Ofício