Nesta obra a autora tem o mérito de resgatar a obra ensaística de Alcides Maya, relendo-a criticamente, com o auxílio de um instrumental teórico atual, e encarando-a por uma óptica predominantemente comparatista. Os ensaios do autor são dissecados cuidadosamente em seus principais aspectos, e estudados também em relação a sua própria práxis literária e à de autores platinos da época.
Destacam-se entre os aspectos abordados, questões como as do nacionalismo e dependência, regionalismo e universalismo, o naturalismo e as teorias científicas do século XIX, e o problema da permanência do barroco no contexto latino-americano. A autora discute a ensaística de Alcides Maya desde sua fase inicial, expressa nos periódicos da época, até sua inclusão em livros, com bastante perspicácia e sensibilidade crítica, questionando seus pontos mais significativos e procurando rever aspectos que a crítica negligenciara, por basear-se muitas vezes, em a priori nem sempre sustentáveis. O trabalho é rico, extenso e minucioso e reflete uma pesquisa sólida e rigor científico.