Esta obra bilíngue em Português e Italiano relata a história simples e humana de uma família de camponeses que vive com dificuldades em um castelo quase em ruínas. Vive suas tribulações no período em que as aldeias passavam, talvez muito rapidamente, da era agrícola à era industrial. A pobreza, dignamente vivida, é descrita em todos os seus aspectos com tons resignados e quase com uma sombra de nostalgia: invernos muito frios entre os muros úmidos do Castelo Noarma, verões secos e lutas cruéis pela água para irrigar os campos; desgraças, o único animal de propriedade da família cai das rochas e não pôde ser aproveitado nem mesmo como alimento; as doenças, as suspeitas do patrão, a severidade do chefe de família, constrangida pela dureza da vida, incidem de tal modo sobre a família que, aos poucos todos os filhos abandonaram o trabalho nos campos para confluir nas indústrias ou emigrar.
Se o nascimento da agricultura e do comércio marcaram dois momentos essenciais na história da humanidade, o surgimento da indústria representa um momento bem maior na vida do homem: trouxe certamente um maior bem estar, mas também determinou a massificação dos indivíduos, passando agora, a ser instrumentos nas mãos dos outros. O Amargo pão, é o título da obra, mas há no fundo, em cada página, juntamente com a descrição do sacrifício e da miséria vivida, um toque de aguda nostalgia por aquilo e não é mais, um lamento pelo trabalho cheio de humanidade do camponês, que não sabe adaptar-se para ser instrumento. E talvez seja também a lembrança da juventude, o incerto alvorecer do amor, que dão um colorido de aurora até mesmo ao sacrifício e à miséria.
Ano: 1988
Edição: 1ª
Editora: EST Edições
Idiomas: Português e Italiano
Páginas: 136
Papel: Ofício