Esta primeira parte revela o enlace entre o Antigo e o Novo Testamento, analisando a Palavra dos Profetas, a Promessa das núpcias de Deus com seu povo e a Presença, desse Deus que se desvela e se humaniza progressivamente. Cada um dos capítulos manifesta uma faceta dessa revelação, que avança confrontando aspectos complementares do relacionamento do povo com Jesus e solucionando conflitos da consciência religiosa.
Os Profetas ajudam o povo a transcender a Lei para encontrar o amor de Deus, bem como o transcender o Eterno Retorno dos acontecimentos pela dialética divina da História, e ainda a transcender o medo das vinganças de Yahwé através da Mística Nupcial da confiança. Isaías e Jeremias advogam cada qual, uma das faces da religião do povo. O primeiro exige a adoração coletiva dos governos e do povo perante a transcendência de Deus. O segundo interioriza o intimismo da religião pessoal no coração de cada indivíduo no qual governo algum pode interferir.
A análise dos livros da Sabedoria mostra outro confronto entre o Temor e o Amor, entre as prescrições da Lei geral e as exigências da Consciência individual, bem como a superação desse confronto pela confiança na Providência Divina. A Presença de Deus manifesta-se a partir do Gênesis, passando pelas etapas do Terror até encarnar-se no Novo Testamento, onde se instala o Reino de Deus definitivamente. Esta primeira parte revela os confrontos dramáticos do Antigo Testamento na escalada que sobe do Gênesis e vai até os Evangelhos e os Atos dos Apóstolos, superando todos os conflitos em que pode se envolver a consciência religiosa.