Malgrado sua importância como matriz da formação histórica do Rio Grande do Sul, a economia pastoril não tem sido objeto de investigações à luz do conceito teórico do modo de produção. A historiografia comprometida com a metodologia marxista, ainda não enfrentou o problema da conceituação teórica do modo de produção dominante no pastoreio gaúcho. Não foge esta historiografia, portanto, à pecha de empirismo que irroga à historiografia tradicional, não se mostrando capaz de oferecer esquemas explicativos autenticamente científicos sobre o processo econômico, social e político do Rio Grande do Sul. Em consequência, incorre-nos mesmos equívocos e mal entendidos que atribui à velha historiografia de inspiração positivista e a mais recente, historiografia universitária de inspiração neopositivista. Não faz mais que empregar desgastado e desacreditado jargão que nada tem de marxista.
O autor conclui de que na campanha gaúcha vicejou, desde o início, um modo de produção capitalista, capitalismo rural, subdesenvolvimento e impuro, está fadada sem dúvida a suscitar polêmica e controvérsia, notadamente porque no pastoreio do passado se apresentavam elementos inequivocadamente escravistas, e em menor grau, semifeudais. A tese do capitalismo pastoril questiona desde logo a tese hoje muito prestigiosa do escravismo pastoril. O autor incorporou a esta obra quatro textos clássicos sobre a produção pastoril e são: Memória Rural do Rio da Prata de Félix de Azara; Almanack da Vila de Porto Alegre de Manoel Antônio de Magalhães; Compêndio Noticioso de Francisco João Roscio e Notícia Particular do Continente do Rio Grande de Sebastião Francisco Bettamio.
Esta obra assinala um passo importante no esforço de estabelecer a identidade histórica do RS. O que constitui condição para a compreensão do presente e a pesquisa dos caminhos do futuro.
Ano: 1980
Edição: 1ª
Editora: EST Edições
Idioma: Português
Páginas: 204
Papel: Ofício