O leitor tem a oportunidade de refletir sobre a articulação destes dois processos sociais e territoriais. A questão discutida neste livro é a territorialização italiana no RS no último quartel do século XIX, como resultado da conjugação de fatores econômicos, políticos e culturais, nos níveis interno e externo. E o estudo se dá no município de Nova Palma – RS que resultou da constituição do Núcleo Soturno, a partir de 1884. Neste núcleo os imigrantes italianos e seus descendentes apropriaram-se e produziram o espaço geográfico através de suas atividades cotidianas, materiais e ideológicas, reproduzindo o ideário trazido da Itália. Foram atividades econômicas, políticas e culturais em que os homens e as mulheres construíram as condições básicas para a sobrevivência familiar.
Criaram associações, desenvolveu-se a prática agrícola, o artesanato, o comércio; dançavam, rezavam. Economicamente suas atividades centraram-se na produção agrícola de subsistência e no artesanato, o que gerou especificidades próprias daquele lugar, alimentando, primeiramente, os comerciantes intermediários e posteriormente em Nova Palma, a Cooperativa Agrícola Mista Nova Palma Ltda. Através da circulação simples de mercadorias, comercializando os excedentes em forma de mercadorias e consumindo, os agricultores familiares foram e são subordinados e explorados pelos agentes do capital. Assim, sucintamente, são sufocados e não conseguem melhorias significativas em suas vidas e em suas unidades produtivas, enquanto os agentes do capital acumulam riqueza. Essa é a questão centra que apresenta a obra.
Ano: 2002
Edição: 1ª
Editora: EST Edições
Idioma: Português
Páginas: 112
Papel: Ofício