Este livro não é expressão de um teórico diletante, mas sim de um militante que reflete sua prática e quer partilhá-la. Como membro do Conselho Geral de Formação dos Capuchinhos, o autor, está há vários anos inteiramente envolvido na tarefa formativa, de tal modo que vive, pensa, respira e sonha a formação. Mas, sonha com os pés no chão e em torno da mesa redonda da partilha, ruminando com os outros as buscas e descobertas próprias do itinerário formativo.
O livro está, pois, voltado para a prática, com especial atenção aos formadores iniciantes, pois são muitos os jovens formadores que iniciam o seu trabalho com muito boa vontade, mas com pouco preparo específico. E, da maioria deles, não seria realista exigir, de imediato, uma especialização acadêmica. Estão com as mãos na massa e precisam dar conta da sua tarefa. O livro contém um forte chamado, um quase grito profético para o seguinte dado: o processo formativo não depende, em primeiro lugar, da assimilação intelectual dos conteúdos.
Estes, para se tornarem vida, comportamento prático, atitude existencial, precisam ser internalizados. E o caminho de internalização é a exercitação – prática, repetitiva e prolongada. É o mesmo processo do artista: para alguém tornar-se um exímio violonista, pintor ou cantor, não lhe basta ter conhecimento teórico, precisa passar pelo ensaio, repetitivo, demorado, persistente.