Esta é um estudo sobre os conflitos agrários envolvendo colonos, índios, latifundiários, esfera pública estadual e federal e entidades mediadoras no norte gaúcho que foram e continuam sendo inúmeros, dinâmicos e complexos em suas múltiplas correlações. Por mais de meio século, movimentos e lutas sociais se reproduzem, tendo, em geral, o mesmo pano de fundo: a propriedade da terra e suas contradições na sociedade capitalista.
A Fazenda Sarandi, latifúndio histórico e paradigmático, em especial e as reservas indígenas situadas na região em estudo, em particular, desde as primeiras décadas do século XX, constituíram-se em palcos de conflitos, verdadeiros corredores de peregrinação de camponeses, indígenas, migrantes em busca e em defesa da propriedade da terra, de pecuaristas, comerciantes e granjeiros ávidos pela apropriação e efetivação da renda capitalista da mesma. No interior dos mesmos, desenvolveram-se grandes e pioneiros conflitos, organizados e mediados, em torno do problema agrário brasileiro e, em especial, em solo gaúcho.
O presente estudo busca mapear e refletir em torno desse processo a partir de uma temporalidade definida (1960-80) localizando atores, mediadores, políticas e políticos, estratégias de ambos, vitórias, derrotas e desmembramentos que, atualmente, ainda estão presentes. Os autores partiram da ideia de que a forma como foi estruturada a propriedade da terra no Brasil e seus modelos correlatos de desenvolvimento e produção agrícola produziram contradições sociais que, em conjunturas de oportunidades políticas, fazem aparecer suas contradições através de movimentos sociais, aflorando e mobilizando atores sociais marginalizados (índios e pequenos camponeses, às vezes, lutando entre si) das estâncias e instâncias agropastoris e latifundiárias bem como da esfera pública.
Ano: 2007
Edição: 1ª
Editora: EST Edições
Idioma: Português
Páginas: 160
Papel: Ofício