Trata-se da tese de Mestrado em Educação, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, defendida pelo autor, em 29 de Setembro de 1976. O presente estudo teve como objetivo descrever alguns antecedentes da delinquência juvenil de Porto Alegre. A pesquisa foi realizada no Juizado de Menores e constitui de um estudo geral com toda a população delinquente, através das ocorrências delinquentes do ano de 1974 em número de 1053, e dos sujeitos delinquentes em número de 844. A fim de tornar mais completa a descrição da população delinquente estudou-se também uma amostra de 100 sujeitos.
Com os dados da população e da amostra tem-se descrição da população delinquente de Porto Alegre, na faixa etária dos 14 aos 18 anos. Os dados revelaram as seguintes características da delinquência juvenil: o número de delinquentes corresponde a 0,09% da população total do município. Os delitos masculinos representam 88,70% e os femininos 11,30%. Do total de ocorrências, 310 são reincidentes e 534 são primários. O crescimento das ocorrências delinquentes começa a elevar-se a partir dos 15 aos 18 anos. Número elevado de ocorrências são de sujeitos originários das periferias e das áreas suburbanas. Os delitos contra patrimônio perfazem 51% dos atos antissociais. 71% dos delinquentes não estavam matriculados em qualquer escola e 90% deles não haviam concluído o primeiro grau.
Testou-se o paradigma de J. D. Noshpitz, que situa a delinquência juvenil como super gratificação, superestimulação e superprivação. Aparecem como variáveis mais importantes desse paradigma a superprivação e a superestimulação. A obra apresenta algumas observações às escolas e ao sistema político, especialmente em relação às áreas periféricas e suburbanas.