Ao longo do trabalho o autor procurou transcrever na íntegra tanto quanto possível determinados documentos para melhor apreciação dos estudiosos, sempre respeitando a redação do documento e a ortografia, bem como quando foi tratado sobre a ocupação dos lotes distribuídos aos colonos. Nas manifestações epistolares de Alphonse Mabilde, diretor de Colônias, e de Daniel Hillebrand estão descritas as lutas e disputas que os imigrantes tiveram de sustentar com os titulares de títulos de sesmarias, que só foram procuradas pelos detentores depois que as terras se valorizaram com o difícil trabalho dos ádvenas.
É uma história empolgante e merecedora de ser conhecida por todos quantos procuram penetrar na epopeia que foi a posse e aproveitamento das terras destinadas à colonização germânica. E para ilustrar e justificar a atitude do governo em reivindicar sesmarias em favor dos colonos e em detrimento de posseiros, uns sem títulos e outros que não cumpriram as disposições constantes das cartas de concessão, fomos buscar na legislação imemorial portuguesa, dos séculos XV e XVI, através das ordenações Afonsinas, Manuelinas e Filipinas, o anteparo ao despojamento de sesmeiros, que não foram poucos, e não satisfizeram as exigências sacramentais dos títulos concedidos. O acontecimento relativo à ocupação dos lotes coloniais é um repositário respeitável de contendas, muitas das quais foram parar na justiça e ocuparam muitos anos do período colonial.
Vale a pena conhecê-lo para dar maior valor à contribuição dos imigrantes como responsáveis pela instituição do regime de pequena propriedade e prosperidade da região onde nasceu e se desenvolveu São Leopoldo. Para dar a conhecer aos estudiosos como se procedia para obtenção de sesmaria transcrevemos um processo administrativo de Euzébio José Machado, em todos os seus termos que deixou o seu nome na história da colonização e foi detentor de uma área onde o Visconde de São Leopoldo, em visita à região, antes da chegada dos colonos, indicou o local onde deveria ser a futura povoação. Valiosa também é a carta com que o Visconde de São Leopoldo acusado injustamente de áulico e subserviente por um descendente de antigo posseiro, instalado irregularmente nas terras e que teve de abandona-las.
Significativa é a proteção com que o governo procurou amparar um dos filhos do Visconde, garantindo-lhe gratuitamente ensino superior. Essas informações foram incluídas para melhor análise daquele que praticamente criou a Colônia de São Leopoldo, delineou o seu desenvolvimento e se devotou ao seu progresso.
Ano: 1994
Edição: 1ª
Editora: Parlenda
Idioma: Português
Páginas: 144
Papel: Ofício