Uma abundante literatura atual, não apenas a de teor estritamente filosófico parece alimentar-se de uma nostalgia da época medieval. Geralmente, estes fenômenos acontecem em momentos de alguma perturbação cultural e quando se perde o sentido da historicidade, que estabeleceria uma equilibrada dinâmica entre o passado, o presente e o futuro. Um certo entusiasmo com a Idade Média mistura-se com alguma decepção perante os ideais da modernidade.
No entanto, a chamada pós-modernidade ainda não apresentou argumentos suficientes para se autonomizar como quinto período, depois da modernidade, que ocuparia a quarta posição na sequência temporal. Por outro lado, o regresso a Idade Média, saltando por cima da Idade Moderna, é um manifesto artifício, até porque, atendendo às questões equacionadas pela filosofia moderna, esta bem pode ser encarada no seguimento da especulação medieval de marca cristã.
Não obstante o entusiasmo da Renascença e do Humanismo para com a Antiguidade, é legítimo aproximar o estilo moderno da filosofia mais da Idade Média do que do pensamento antigo, embora se vá acentuando, globalmente, o horizontalismo da ciência, em desfavor do verticalismo metafísico medieval.
Ano: 2006
Edição: 1ª
Editora: EST Edições
Idioma: Português
Páginas: 536
Papel: Ofício