Trata-se de uma obra que estuda os primórdios da ideia de Universidade no Brasil, a partir do confronto das correntes influenciadas pelo modelo napoleônico, de um lado, e por outro pelo modelo pombalino. Posteriormente apresenta a criação das escolas isoladas e a retomada da ideia de Universidade, no Brasil, com todas as dificuldades e entraves que caracterizaram a sua implantação entre nós.
Estudando a origem e o desenvolvimento do ensino superior no Brasil, desde os “cursos de artes” abertos pelos jesuítas no século XVI até a influência da Universidade portuguesa, a autora nos remete a um amplo e precioso acervo documental. Reside aqui um dos grandes méritos de obra, por permitir o acesso às fontes primárias, evidenciando a fidedignidade e a fundamentação dos dados apresentados. Outro dado a ressaltar é a estrutura como a mesma foi concebida, focalizando a criação da Universidade numa dimensão espaço-temporal. O tempo e o momento vividos pelos que lutaram pela ideia de Universidade no Brasil são resgatados com tal profundidade que tornaram a obra, mais do que uma lição pedagógica, um tratado da História do Brasil.
A pesquisa extensa das mensagens enviadas à Assembleia Constituinte mostra-nos como os constituintes estavam muito mais preocupados em satisfazer os interesses de suas províncias do que atender às necessidades pedagógicas do seu país. Toda a leitura desta obra evidencia um estilo próprio que apresenta uma pesquisa exaustiva numa linguagem correta, precisa e poética. Com grande experiência na área educacional, esta obra torna-se, por certo, uma leitura obrigatória de todos nós, educadores comprometidos com o desenvolvimento de nosso país.