É uma autobiografia de um imigrante alemão saído de sua pátria já adulto e com vivências marcantes na vida sócio profissional capacitando-o a relatar com crueza e objetividade sobre o contexto socioeconômico oitocentista da Alemanha no advento industrial, opressivo, classista e sem mobilidade social. Qualquer mudança de emprego para o trabalhador era difícil: mudança para melhor, impossível. O surgimento da máquina só piorou a sorte do operário, pela concorrência desigual que trouxe. Por outro lado, parentes e amigos já emigrados escreviam dos sucessos que alcançaram na nova pátria.
Para que resistir? A emigração era a tábua de salvação! E apesar, da instabilidade da política imigratória do Governo, milhares de europeus buscaram o Brasil como a terra das novas esperanças. Umann deixou incompletas, suas memórias. Seus filhos ultimaram apontamentos, acrescentaram impressões pessoais e o depoimento de uma senhora sobrevivente, que imigrara junto com Umann. Este faleceu em 1927. A edição é de 1938, em plena II guerra mundial, sendo confiscada antes de chegar ao público, na editora Riedl, de Santa Cruz do Sul. Felizmente escaparam alguns exemplares: três em mãos de seus filhos e um na Sociedade de Alto Sampaio, que o autor ajudou a fundar.
Este exemplar é que tornou possível a tradução, emprestado graças à gentileza de Otto Albrecht, bibliotecário, neto de um dos fundadores da Sociedade local. A tradutora procurou ser fiel o mais possível ao pensamento do autor; expressões idiomáticas e termos usuais da época às vezes dificultaram, mas a edição bilíngue tira as dúvidas ao leitor. As laterais estão com manchinhas amarelas devido a ação do tempo.
Ano: 1997
Edição: 3ª
Editoras: EST Edições e Nova Dimensão
Idioma: Português e Alemão
Páginas: 106
Papel: Ofício