O ano de 1913 marca para Flores da Cunha, o início do reconhecimento musical a um dos maiores gênios em música religiosa, o capuchinho Frei Exupério de La Compôte. A tradicional festa de Nossa Senhora da Imaculada Conceição daquele ano estava ameaçada em seu brilho, com a ausência imprevista do coral combinado. Mas, durante a novena, formando, de improviso, um coral de crianças, Frei Exupério expôs à crítica seu gênio musical, executando, primeira vez em público, parte daquela que seria sua obra prima, a Missa Immaculata, que só foi concluída em 1917.
Frei Exupério não fazia músicas para demonstração e comprovação de sua capacidade, mas adaptava-se às circunstâncias, buscando sempre propiciar a participação popular em suas composições. Seu espírito missionário e o desejo de promover e abrilhantar o culto com canções religiosas adaptadas às comunidades e às tendências étnicas das mesmas, fê-lo renunciar ao seu gênio que se teria estendido bem além, das produções que nos deixou. Além da beleza, da expressão de transcendência e da piedade peculiares, as músicas religiosas de Frei Exupério rememoram o que foi uma experiência religiosa em comunidades católicas do Sul do Brasil.