Trata-se de uma espécie de relatório e reúne impressões pessoais e observações feitas pelo autor ao longo da rodovia BR 174- em Manaus – Caracaraí- Boa Vista, na oportunidade em que tratores gigantes violavam a floresta milenar, amarrotando sobre o barro vermelho os ídolos de um mundo mitológico de incomparável beleza e de extraordinário conteúdo humano. Mostra a fissura produzida no organismo da floresta e a avalancha daquilo que convencionalmente se denomina progresso esfacelando o tabernáculo onde os índios Waimiri Atroari cultuavam as divindades de sua tradição secular. Descreve o desespero e a reação violenta daquela gente, ante a desestruturação implacável de sua sociedade tribal.
Trata de uma época pioneira, dita do milagre brasileiro, da qual éramos partícipes e na qual acreditávamos. Não queríamos ficar para trás, nem ser atropelados, mas, de quando em quando, parávamos para meditar sobre a epopeia daqueles irmãos selvagens e a inexorável chegada de seu ocaso. O livro é recheado de conceitos sociológicos e humanísticos, prodigalizando interessantes observações nos campos da agricultura, da ecologia, da etnologia e da economia equatorial. Talvez o leitor perceba algum desenfoque, fruto da ótica sulista deformada, tentando reproduzir temas amazônicos. Como a todo instante, estrangeiros apresentam trabalhos sobre a realidade nacional, o autor encorajou-se a dar o seu depoimento. Um esforço de brasileiro destinado a brasileiros que desejam saber algo mais de sua terra.
Ano: 1986
Edição: 1ª
Editora: EST Edições
Idioma: Português
Páginas: 96
Papel: Ofício