Tenho certeza que os leitores antigos e novos se deliciarão, uns lembrando sua verve, outros tomando contato com o brilho de sua inteligência, sua ironia onipresente, sua capacidade de criticar se mantendo longe e acima do dia a dia. Até sarcástico. Mas, também, pudera! Quem tem acompanhado este mundo velhos nesses últimos cinquenta anos, não pode ser mesmo tão tolerante.
Sergio Jockymann vai fundo, examina a linguagem dos colonos alemães e italianos, ascendências que conhecia bem, invadiu as religiões, nas quais pouco confiava, e se divertiu com as noções de geopolítica dos “coronéis e generais” que se haviam estabelecido por aqui, como “deuses da política”, aliás, falsos, que ele ajudou a derrubar com sua crítica ácida e sua espicaçante inteligência.
Remexo no meu baú e não encontro termos mais adequados do que estes, destruidores, mas sem dúvida reveladores do espírito que animava o experiente e qualificado crítico do Rio Grande, para ele muitas vezes inculto e primitivo e que ainda hoje, de vez em quando, mostra raízes a que faltam depuração e talvez aperfeiçoamento.
Pena que não temos mais um Sergio Jockymann. Mas, vamos lendo, relendo ou tomando contato com o que ele escreveu, para entender melhor nossa amada província.
Ano: 2012
Edição: 1ª
Editoras: Letra&Vida e da Cidade
Idioma: Português
Páginas: 96
Papel: Ofício