Os documentos que constam nesta obra fazem parte do Acervo do Arquivo Público do RS, departamento da Secretaria da Administração e dos Recursos Humanos do Estado do RS. Trata-se de um levantamento documental das Cartas de Liberdade registradas nos tabelionatos de Porto Alegre entre 1763 a 1888, compreendendo um total de 361 livros pesquisados, formando um montante de 10.055 alforrias. Os verbetes estão formulados em: nome do escravo; observação, estado civil; filiação, cor, origem; idade; profissão; proprietário (Sr); data da concessão da carta; data em que foi registrada a carta; localidade em que foi concedida a carta. Descrição da carta de liberdade. Que com seu trabalho nos sustenta. Afirmativa enigmática, densa de mistérios, de interrogações e hipóteses. Subjetividades e objetividades.
Ser sustentando pelo trabalho de outrem é aparente tranquilidade, mas inquietante frustração da existencialidade. Falar de alforrias é falar de liberdade na pura teoria! Pressuposta liberdade, nascida de generosidades, concessões graciosas, crenças religiosas, filantropias, negócios... e desculpas frias. Solo, origem, povos, culturas e crenças silenciadas, jamais o tempo as tem apagado! A mãe África, sem escravidão, ajude a África alforriada a construir a sua libertação! Indígenas, imigrantes e africanos, privados outrora de suas pátrias materiais, jamais perderam seus patrimônios morais. O reencontro do indígena com o livro solo, do imigrante com o suado manjar, do africano com o livre sonhar, vão a dança da liberdade, juntos, começar.
Ano: 2007
Edição: 1ª
Editora: EST Edições
Idioma: Português
Páginas: 800
Papel: Ofício