Não se trata de uma tese filosófica que provoca rugas na testa, e sim de um texto que se lê com sentimento, com fluir de afetos, com ricas autoanálises, como se fora um empolgante romance. Por se tratar de Max Scheler, reúne em seu pensamento os princípios remotos e próximos de correntes filosóficas diversas e a autora os analisa sob a ótica do homem como um todo existencial. Como ser no mundo e do mundo, com as características do racional, do volitivo e do sentimental, o homem caminha, a cada dia, com nova bagagem acumulativa, em seu tríplice relacionamento de ser no mundo.
No encontro com o cosmo, alitera-se, indaga o essencial do aliter, isto é, do que está ali. Auto espelha-se e autodefini-se na relação com o aliter, isto é, com o outro como seu semelhante, compartindo vida, utopias, e fazendo-se engenheiro do saber e do viver humanos em relação de reciprocidade e mutualidade. Retornando a si mesmo, completando a tríade relacional, experimenta a indigência congênita, indaga o próprio destino e ascende ao Transcendente, razão de seu começo e destino.
O pensamento de Scheler, hoje, mais do que nunca, é uma luz no mundo que leva ao consumismo e à alienação material, com aparências de felicidade, deixando-nos indigentes do próximo e do Absoluto.
Ano: 2000
Edição: 1ª
Editora: EST Edições
Idioma: Português
Páginas: 176
Papel: Ofício