A Suma contra os gentios foi escrita por Santo Tomás de Aquino nos seus últimos anos de vida terrena, quando sua filosofia já estava suficientemente constituída e sua personalidade manifestava experiência e maturidade intelectual. De suas grandes obras sistêmicas e expositivas, é a única que ele conseguiu finalizar com a própria pena. Portanto, a Suma contra os gentios é sem dúvida um retrato fiel da maturidade do pensamento tomista.
Ela foi escrita a pedido de um confrade de Santo Tomás, o canonista São Raimundo de Penaforte, missionário entre os muçulmanos vencidos no Reino de Castela, atual Espanha. Provavelmente o pedido foi feito em meados de 1269 e a escrita concluída cerca de três anos depois — período em que o aquinate também escrevia seu Compêndio de Teologia e sua Suma Teológica.
Neste livro, Santo Tomás rebate as correntes heterodoxas que falseavam a doutrina aristotélica, difundidas no averroísmo e, em parte, no agostinismo. Ele não só expõe a sua posição frente a Aristóteles e Santo Agostinho, interpretando e corrigindo a ambos, como também colhe o que encontra de verdadeiro nas suas obras. Por outro lado, é muito firme na rejeição dos erros filosóficos dos averroístas e de muitos agostinistas, e sobretudo na condenação das heresias.
Esta Suma foi luz e espada para aqueles que levaram a mensagem evangélica aos maometanos, aos judeus e aos albigenses, como também para aqueles que enfrentaram as confusas correntes teológicas que estavam presentes nas universidades da época — e certamente o será também para todas as gerações de fiéis, chamados a dar a razão de sua fé. Trata-se de uma autêntica e acabada obra filosófico-teológica, e não sem razão lê-se-lhe no título: Liber de veritate catholicae fidei.
Ano: 2017
Edição: 2ª
Idioma: Português
Páginas: 808
Papel: Ofício