É clássica a afirmação de Santo Agostinho: “Se não me perguntam, sei o que é o tempo, mas se me perguntam, não sei responder o que ele é”. A pergunta sobre o tempo, e, consequentemente, sobre a eternidade, foi iterativa durante a Idade Média. Entre 1240 a 1340, a maioria dos filósofos e teólogos medievais se detiveram, sobre ela, apresentando variadas respostas. Quem por primeiro apresentou o problema foi Aristóteles, principalmente em seus tratados da Física. Ele relacionou entre si o tempo e o movimento. Como não se pode, dizia, colocar a existência de um primeiro movimento, também não se pode dizer que houve um primeiro tempo.
E também não se pode perguntar por um último movimento e por um último tempo. Ora, quando os medievais, a partir do século XII, começaram a receber as traduções da obra aristotélica, perceberam que nelas havia uma leitura do homem e do mundo que, por vezes, em muito se distanciava da cristã. O mundo de Aristóteles era um dado, estava aí desde sempre e não se perguntava por sua origem ou por seu final. Já o mundo dos cristãos era datado: No princípio criou Deus o céu e a terra; e também um mundo que terá fim. Para uma primeira leitura, era evidente a contradição entre as duas posições. Um estudo mais profundo permitiria, porém, constatar a existência de algum ponto de conciliação entre elas? Esta foi a grande questão que se colocou. É sobre Tempo e Eternidade que tratam os 20 textos desta obra. No texto introdutório, Professor Alessandro Ghisalberti coloca a questão da relação de natureza hermenêutica da circularidade entre as noções de tempo e eternidade, a partir dos renomados mestres – Agostinho e Tomás de Aquino.
Mais de dois terços dos autores desta obra são estrangeiros: alemães, argentinos, espanhóis, holandeses, italianos e portugueses comprovando a catolicidade, no sentido original do termo, dos estudos medievais no Brasil.
Ano: 2007
Edição: 1ª
Editora: EST Edições
Idioma: Português
Páginas: 152
Papel: Ofício