Trata-se de um romance onde ficção e memorialismo se fundem de maneira correta. O autor usa como fio condutor a trajetória de um personagem que, como tantos mortais, nestes dias de violência, sofreu um assalto. Mas, isto é apenas o pretexto de que ele se vale para concentrando o drama vivido pelo herói no crime que sofreu, abordar, nas entrelinhas a tragédia de viver do homem contemporâneo, vítima de uma sociedade que, a pretexto de o proteger, na verdade o oprime.
A viagem que o personagem principal empreende pelo mundo é uma viagem que transcende o solo físico para, simbolicamente, converter-se em outra esta questionadora da condição humana. O leitor acompanhará com interesse a trajetória do personagem em suas aventuras mundo afora, até sofrendo com ele suas vicissitudes e revezes. A temática encontra linguagem adequada, fluente, límpida, mantendo o leitor atento até o fim.